7.10.16
Um dia mato este gajo #68
Estou a trabalhar no escritório de casa quando o PAM, que foi a uma exposição de pintura com um amigo, envia um SMS com uma foto, perguntando: "gostas?".
Eu não vou publicar a imagem que ele me enviou porque acho feio dizer mal do trabalho de um pintor que pode ser identificado, mas eu gostei tanto do quadro como da ideia de comer leite condensado com arame farpado. Não, não e não! E também não precisamos de mais quadros, temos outras prioridades neste momento.
Respondi, ele insistiu que era "tão giro", eu enviei emojis, aqueles cagalhões.
E eis que chega a resposta: "vou comprar".
Agarro-me ao peito, este homem vai matar-me. Eu acho que ele faz testes para ver até onde eu aguento. Não façam isto a uma mulher grávida. Pego no telefone para me passar, tento mostrar como é indecente que passe a vida a sujeitar-me ao gosto dele e eu sempre a ceder, espero que a decisão de compra fique em águas de bacalhau e informo que queremos ir ao cinema (eu a miúda na minha barriga, é um método que adoptei).
O tempo passa e ele nunca mais chega a casa. Ligo de novo, ele responde impaciente que está "à conversa com o pintor" e o amigo, eu lembro-o que quero ir ao cinema, que assim não dá tempo. E eis que oiço o pintor lá ao fundo:
- Estou a ver quem é que manda lá em casa...
Ah..., o pintor está a medir forças com uma mulher grávida atingindo o PAM na sua masculinidade. Eu a fazer figura de chata para impedir uma despesa desnecessária (e feia), o pintor a querer fazer uma venda.
Não sei quem vai ganhar este braço de ferro, mas pelo sim, pelo não, arranquei as cortinas do quarto que nunca gostei delas e sempre tentei mudar. Tem uma luz nova no quarto quando chegar.
©
A Maçã de Eva
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